segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"qual terá sido o saldo final?" ou "introdução para 'a batalha de itararé'"

durante a semana, a mídia trabalhou bastante.

falou disso e daquilo sobre o engenhão e que ele não suportaria a máça de iletrados.

além de terem divulgado que eles invadiriam o lado do botafogo.

hein?

quem viu isso?

não sei se a cirurgia que fiz para corrigir a miopia nove anos atrás já está precisando de reparos mas o que eu vi foram vários setores vazios, inclusive do lado deles.

que a torcida do botafogo não compareceria em peso, não é novidade para ninguém.

afinal, o medo imperava naqueles que foram ao estádio no dia das crianças e viram triunfar o despreparo da diretoria amadora e incompetente do botafogo.

além disso, nossa torcida não comparece em peso contra eles.

e me pergunto, então, qual terá sido o saldo final da campanha da mídia.

será que eles vão concluir que a culpa da violência é do engenhão?

ou será, talvez, que chegarão à conclusão de que a culpa é das torcidas de vasco e botafogo, que quebram seus estádios quando jogam lá e que sempre saem na porrada quando jogam entre si?

acho que eles vão concluir mesmo que a culpa é dessas duas torcidas, que, aliás, brigam até mesmo entre si.

afinal, é mesmo triste ver os botafoguenses brigando com os botafoguenses e vascaínos brigando com vascaínos...

com eles, a nassaum, isso não acontece.

eles também não quebram cadeiras, portas, banheiros dos estádios...

...conduzido por uma estrela solitária...

acréscimo 1: nos comentários do jogo contra o lixo, nosso amigo dirley santos postou um ótimo texto, o qual reproduzo abaixo. o texto do dirley inspirou essas poucas e mal traçadas linhas que escrevi neste post.

acréscimo 2: nem vale a pena incluir na análise a torcida colorida do nenCCC. eles também não quebram cadeiras, banheiros etc etc etc...

a batalha de itararé

itararé ("pedra que o rio cavou"), que fica na divisa de são paulo com o paraná, situa-se em uma área conhecida como campos de são pedro, que vai do rio verde até o rio itararé. durante a revolução, a batalha de itararé foi vastamente propagada pela imprensa. esta batalha ocorreria entre as tropas fiéis a washington luís e as da aliança liberal que se deslocavam, sob o comando de getúlio vargas, do rio grande do sul em direção ao rio de janeiro para tomar o poder. mas antes que houvesse a batalha "mais sangrenta da américa do sul", fizeram acordos. uma junta governativa assumia o poder no rio de janeiro e não aconteceu nenhum conflito.
nas últimas semanas o noticiário esportivo carioca, quem sabe o nacional, foi polarizado pela expectativa gerada em torno ao clássico entre botafogo e framengo (palavra destaca pelo blog, que sempre erra a escrita desse nome), o primeiro entre os dois no estádio do engenhão, pela 32ª rodada do campeonato brasileiro.
além do aperitivo básico da rivalidade regional o clássico estava recheado de importância pela possibilidade do flamengo, com vitória na casa do rival, se colocar não só na luta pelo g-4, mas também ao título do br-09. também chamava a atenção a situação desesperadora do botafogo que havia voltado a zona de rebaixamento e que precisava de uma vitória para voltar à respirar sem aparelhos.
como que anunciando problemas, a massiva presença de torcedores alvinegros e as confusões ocasionadas no jogo contra o avaí, realizado no dia da criança, colocaram todos, autoridades, dirigentes, público e imprensa em estado de alerta. afinal, a massa rubro-negra estava em festa e iria ocasionar uma invasão ao estádio do rival, precisando até de ocupar espaços na parte alvinegra. que talvez, pelo demonstrado pelo jogo contra o avaí não fosse tanto assim.
mesmo com um acordo inexplicável entre as diretorias que dividia meio-a-meio, a lotação, feito ainda no primeiro turno com aval da cbf e da fferj, e com o estatuto do torcedor que proíbe mudanças de local muito próximo à data do jogo foi uma semana de massacre midiático: que a nação rubro-negra ia invadir, que o engenhão (sede do pan 2007) não tem condições de receber clássicos, que o jogo vai (tem de ir) para o maracanã, além de bravatas de dirigentes rubro-negros (extrapolando a rivalidade e beirando o desrespeito) e a omissão de dirigentes botafoguenses.
chegou o dia do jogo e o que aconteceu?
foi mantido o acordo inexplicável. foi escolhido um juiz carioca (apesar de em todos os outros clássicos regionais terem juízes de fora do estado). só ocorreu confusão no estádio e nos arredores entre a própria torcida rubro-negra e não ocorreu a propalada invasão da nação - isso apesar dos ingressos para eles terem esgotado dias antes! aliás o estádio nem encheu!
assim como na batalha de itararé, antes que houvesse a batalha "mais sangrenta do futebol brasileiro", acordos foram feitos. E assim como em itararé quem perdeu foi o dono da casa.

8 comentários:

Rodrigo Federman disse...

Fabião, e outro fato "curioso": Reparou no "tamanho" que a mídia deu para a declaração do PM, dizendo que toda a organização foi perfeita, mas o único problema foi a torcida do Flamengo, que brigou entre ela mesmo?
Isso ninguém fala, afinal, a "nassaum" é a "cara deste país".
Bom, é mesmo...a cara do "Brasil do Lulalá"!
Abs e SA!!!

Danilo Julião disse...

Fabião, tudo bem amigo?
Olha desculpa o sumiço, mas se você tivesse idéia de como esse final de 2009 está sendo movimentado, você entenderia o por que desse suimiço(mais tarde eu conto).

Eu acompanhei o jogo do Botafogo pelo rádio e assim que o jogo acabou eu desliguei o rádio pra me controlar e não quebrar o PC(imagina...rs) de tanta raiva...

Amigo, desculpa o pessimismo mas sete anos depois, a história se repete....em 2002 depois do jogo contra o Flamengo a gente só afundou mais...


Abração!SA!

Saulo disse...

Perder para esses bandos de ignorantes, animais da pior espécie é brincadeira. Além disso, quebraram o nosso estádio e a nossa diretoria que é vagabunda, fica dando a mão para esses urubus nojentos.

Não sei mais o que falar e nesta quarta - feira contra o Náutico é vida ou morte.

snoopy em p/b disse...

saulo,
também não sei mais o que falar.
e nesta quarta-feira contra o náutico é vida ou morte... hehehe

fala, danilão!
esquenta não, cara!
pô, você acredita que eu me lembrei daquele fatídico jogo de 2002 contra eles?
puts!
resta torcer para que seja diferente desta vez.

rodrigão,
para você ter ideia, nem eu vi essa declaração.
vou atrás dela agora... hehe
se eu não vi, imagina os que não querem ver...

abraços e sds. botafoguenses!!!

Anônimo disse...

Eu não espero comportamento diferente da grande mídia, mas o nosso presidente não pode ser tão banana.

O primeiro passo é fazer valer o nosso mando, dividir o estádio 50/50 com o "co-irmão" é ridículo.


Um abraço.

Unknown disse...

prefiro não comentar mais sobre o domingo. me desculpe. vamos pra cima do naútico, porque esse é o jogo do ano.

Alberto disse...

Retirado da entrevista do nosso presidente FDP no site GloboEsporte.com:

GE: Então existe a idéia de, a partir de agora, não dividir pela metade os ingressos e a renda nos clássicos realizados no Engenhão nos quais o Botafogo tiver o mando de campo?

Mauricio Omissão: Não acho que a política de ceder 10% seja a melhor. Isso começou com o objetivo de conter a violência nos grandes clássicos, mas penso que não devemos ser reféns de bandidos. Talvez seja melhor adotar outras medidas preventivas para resguardar o patrimônio do clube, de repente aumentando a segurança nos banheiros... A torcida do Botafogo precisa entender que o estádio é nosso e que é necessário povoá-lo. Por que ela lotou o João Havelange contra o Avaí e foi em pequeno número contra o Flamengo? Quem quis ir com segurança, foi. È preciso entender a importância de os nossos torcedores estarem ao lado do time em todos os momentos.

snoopy em p/b disse...

alberto,
você entendeu, então, o que nosso competente presidente pensa sobre a liberação de 10% da carga de intressos para os visitantes?
ora, amigo, é só por causa da violência.
não é pra fazer valer o mando de campo...
genial!

tá certo, derlano.

foquinha,
lendo o comentário do alberto, sobre a entrevista do presidente, vemos que a coisa nunca vai ser como queremos que seja.