fique tranquilo, victor hugo!

o meu botafoguismo é contagiante, segundo meus familiares. mesmo na minha infância, sem que eu impusesse isso a qualquer cristão que fosse, vários amigos meus, especialmente os irmãos mais novos dos grandes amigos, me seguiram e são hoje grandes botafoguenses (com o perdão do pleonasmo!).

lá em casa, não é diferente. minha mãe, por exemplo, é torcedora do time da terceira divisão (ela nem sonha que eu trate o time dela assim), mas é muito comum vê-la torcendo pro botafogo, com a alegação de que o que importa é me ver feliz. coisa de mãe, é claro, sem saber, entretanto, que a felicidade já me acompanha pelo simples fato de ser botafoguense.

mas não preciso dizer que não consigo torcer pro time dela. aliás, nem meu respeito ele merece, por tantas manobras que são acostumados a fazer fora de campo, como, por exemplo, pular de forma incrível da terceira pra primeira divisão em um ano apenas. mas, obviamente, respeito a sincera torcida da minha mãe por seu time.

primos, que tenho aos montes, são, em sua esmagadora maioria, botafoguenses por minha causa.

minha esposa, que odeia futebol e diz não torcer pra ninguém, é comumente vista vestida de botafogo, por livre e espontânea vontade. é verdade que eu dei a ela uma blusa preta, mas a branca foi ela mesma que comprou. sei sei...

depois da roubalheira no campeonato carioca de 2007, quando ainda sonhávamos com a possibilidade de casamento, ela, ao me ver transtornado com o moutinho e o beltrami, me disse algo contundente: "se nos casarmos, não gostaria que influenciasse nossos filhos a torcerem pro botafogo".

à princípio, fiquei irritado com aquilo, mas não contestei. dificilmente, ajo por impulso.

dias depois, quando fomos eliminados pela bandeirete da playboy, na copa do brasil, cheguei a pensar que ela tinha razão, mas não quis mais falar disso.

aproximadamente um ano depois, ganhei um sobrinho, que minha irmã nos deu a honra de batizá-lo.

hoje, com apenas seis meses, ele distingue a voz do tio dentre todas da casa. pula de alegria quando me vê. não tenho dúvidas de que nem precisaria influenciá-lo pois já é um dos escolhidos. mas...

o pai e a mãe são sãopaulinos, assim como a mãe da minha outra sobrinha. esta, fanática, tratou de comprar uma blusa do são paulo pra ele. e minha mãe comprou uma do fluminense.

daí, resolvi sair do ponto zero e vi que a frase que minha então namorada me falou um ano e meio atrás não faz qualquer sentido nem pro meu sobrinho, quanto mais para os meus filhos.

meu pai e eu já providenciamos o traje para o pequeno victor hugo.

saudações botafoguenses!!!